História da fundação do FC Alverca

A Génese – Como nasceu o nosso clube

(Devido a existirem algumas dúvidas sobre o processo de criação do FC Alverca, optámos pela descrição de um dos possíveis fundadores, José Martinho dos Santos). Verificando-se várias dúvidas e até mesmo algumas pequenas “discussões”, entre vários associados do Clube quanto à maneira como o mesmo foi criado e não existindo nos seus arquivos quaisquer documentos que testemunhem este facto, elaborei-vos esta descrição que esclarecerá o acima exposto e ainda demonstrará quem foram os iniciadores verdadeiros. Antes da existência deste Clube e para que tenham conhecimento, especialmente todos os Alverquenses, e não só, a Vila de Alverca, hoje cidade, teve em tempos a existência de dois Clubes Desportivos, o “Alverca Futebol Clube” e o “Sporting Clube de Alverca”, os quais infelizmente para nós Alverquenses, tiveram os dois a mesma sorte.

O primeiro fundado mais ou menos em 1922/1923, por Aníbal dos Santos, Arnaldo de Sousa Barros, seu irmão Diamantino Sousa Barros e Isidoro Esteves, em casa de quem se reuniam enquanto não tiveram sede própria, o que veio a verificar-se passado algum tempo depois, no Beco do Cera, N.º 5 RIC. Então, passados alguns anos, este Clube acabava, devido à Entidade Administrativa do nosso concelho não ter dado o parecer favorável à sua oficialização. Era muito jovem 10/12 anos de idade, aquando da sua fundação, mas recordo com muita saudade a sua existência, cujo equipamento era camisola branca, calções e meias pretas, estas com canhão branco. Por volta de 1930, mais ou menos, outro grupo de carolas com força e espirito bairrista dos Alverquenses, constituído: José Martinho dos Santos, Afonso Henriques, Albertino Inácio Braga, Joaquim Coelho e Augusto Evaristo da Silva Porto de Almeida tentaram mais uma vez a fundação de um Clube Desportivo, que teve a sua primeira sede no barracão de Francisco Ferreira Cera, sito na Travessa Francisco Reis Pinto, já destruído para dar lugar a novas edificações e a segunda numa casa pertencente a Manuel Bernardes, na Rua do Castelo, que acabou também por ter a mesma sorte da primeira, ou seja, para dar lugar a novas construções. Infelizmente passados poucos anos este Clube de nome Sporting Clube de Alverca, teve a mesma sorte do Alverca Futebol Clube e assim mais uma vez, devido à interferência da Autoridade Administrativa do nosso concelho, que não quis que Alverca fosse dotada de um grupo desportivo, em virtude de não ter sido autorizado a sua oficialização, devido ao facto e mais uma vez, Alverca ficou sem aptidão para praticar o Desporto rei, que era e ainda é hoje o futebol.

Convém no entanto deixar aqui bem expresso a razão por que foi dado a este Clube o nome de Sporting Clube de Alverca. Resultado do plebiscito realizado entre todos os seus associados, motivado por existir entre elas duas correntes, uns do Benfica e outros do Sporting, tendo os adeptos deste último vencido por maioria. Por volta de 1937 um grupo de jovens constituído por Alfredo Fernandes, Álvaro da Costa Palmela, António Ferreira Catalarranas, Arnaldo Domingos da Silva, Artur Bernardo Ferreira, Edmundo Antunes Cera, Francisco Agostinho Vieira, Francisco Ranheta, José Cardoso, Leopoldino Tomáz Inácio, Luis Mendes Coelho, Mário Martins Corista, Manuel Folgado, Manuel Pendão, Manuel da Silva Antunes, Wilson da Costa Palmela, em conversas realizadas no Largo do Adro e no Canto do Relógio, chegaram à conclusão de tentar formar um grupo desportivo mas devidamente oficializado. Conseguiram no entanto entre todos angariar fundos financeiros e assim adquiriram uma Bola de Borracha, que lhes proporcionará a realização de Jogos no Largo do Adro entre eles e outros que a pouco a pouco foram entrando para sócios do grupo. 

Pensaram e um dia realizaram um Jogo de Futebol com vários jovens residentes no Sobralinho, jogo esse efectuado no Campo da Fábrica Cimento Tejo, mas já com uma bola regulamentar, que conseguiram adquirir com dinheiro angariado entre todos eles. Após várias démarches, não conseguiam de forma alguma atingir a sua imaginação que era dotar Alverca com um clube devidamente autorizado, o que os deixou um pouco desanimados e desiludidos. Porém, por volta de 1938 esse grupo de jovens resolveu convidar José Martinho dos Santos, Augusto Evaristo da Silva Porto Almeida, Albertino Inácio Braga, Francisco Pedro Ferreira e Joaquim Coelho para tomarem conta dos destinos do grupo em questão mas de forma a que o mesmo fosse devidamente oficializado, e assim numa reunião realizada na Barbearia de Avelino Luis da Vitoria na Rua João Mantas, Nº 17 onde hoje se encontra edificado o Talho Moderno, e após alguns dos jovens usarem da palavra, a Comissão convidada aceitou o encargo proposto, apreciação determinada que o nome a dar ao Clube fosse “FUTEBOL CLUBE DE ALVERCA” explicando detalhadamente porque era proposto este nome e de que a quota a pagar seria a mesma, isto é $50 semanais, o que se manteve por algum tempo, o que foi por todos aprovado. A Comissão que passou a reunir-se semanalmente em casa do Director Francisco Pedro Ferreira, na Rua da Boca Lara Nº 5, elaborou de imediato o seu plano de trabalho,

e em dada altura, aproveitou uma oportunidade alvitrada pelo jornalista do Jornal “O Século” Sr. Pires Guerreiro para que todos os Clubes chamados Populares se organizassem oficialmente. 

Após várias démarches, junto do referido jornalista a Comissão acolheu da melhor forma a sua genial ideia, realizando de imediato uma reunião na Barbearia atrás indicada, de todos os sócios a quem foi explicado o que se estava a passar. Foi logo resolvido elaborarmos uns Estatutos e num fim-de-semana foram os mesmos dactilografados pela minha pessoa, com a colaboração de Manuel da Silva Antunes, no quartel dos Bombeiros Voluntários de Alverca, onde hoje funciona o refeitório do pessoal da Junta de Freguesia ou seja na Rua Dr. Miguel Bombarda. Após a sua conclusão foram os mesmos enviados  ao Governo Civil  de Lisboa, tendo sido aprovados por Alvará  nº 220 de 1/2/1940. Convém no entanto e assim esclarecer, que quando da inauguração dos Estatutos já não eram sócios do Clube alguns dos seus iniciadores, razão porque não constam na lista dos fundadores. Para aprovação destes Estatutos deram parecer favorável a Câmara de Vila Franca de Xira e a Junta de Freguesia de Alverca. Além de todos os nomes referidos, é muito possível que outros deveriam aqui ser também lembrados, caso isso se tenha verificado, o que é muito possível, desde já o autor desta descrição pede as suas desculpas, deste lapso pelo qual espera compreensão. E assim termina a faceta do nascimento do FUTEBOL CLUBE DE ALVERCA, Clube de que todos nos orgulhamos de pertencer em prol da nossa terra. José Martinho dos Santos, Setembro de 1992

 1940

Após aprovação dos estatutos e legalização do Clube, o primeiro objetivo foi procurar encontrar um local onde pudesse reunir e organizar os associados, o que foi conseguido em 1940 com o aluguer de uma casa, que tinha as condições necessárias e que funcionou como sede até construção da atual, que foi inaugurada em 19 de abril de 1975.

Na sede foi dinamizado o Ténis de Mesa com a participação e a realização de vários torneios e em 1942 foi criada a comissão pró-biblioteca que dotou o Clube de um elevado número de obras literárias e que organizou colóquios, sessões de cinema, teatro e outras iniciativas de carácter cultural.

O objetivo seguinte foi dotar o Clube de um parque desportivo onde pudesse desenvolver a atividade principal para que tinha sido criado.

 

Em 5 de abril de 1942 foi inaugurado o campo de jogos pelado, tendo sido adquirido em 1966.

O Futebol Clube de Alverca, ao longo do seu historial desenvolveu várias atividades desportivas, encontrando-se inscrito nas Federações: Portuguesa de Campismo e Caravanismo e Portuguesa de Ginástica e de Futebol, Portuguesa de Tiro com Arco e Arqueiros e Besteiros de Portugal. Nas Associações: de Futebol de Lisboa, Patinagem de Lisboa, Shotokan Karatedo de Portugal.

A Secção de Campismo foi fundada em 1962 tendo sido passadas nesse ano 9 cartas, número que foi aumentando chegando-se a atingir em 1984 as 500 cartas, situando-se em 1994 nas 360. De referir a participação de campistas do nosso Clube em vários encontros e acampamentos.